Aborda a vida de um ex-profissional (Afonso) que foi se envolvendo com a roda de amigos do boteco e,conseqüentemente, perdendo e jogando fora todas as oportunidades que a empresa lhe ofereceu, ao visar sua recuperação, até que, finalmente, ele mesmo desperdiçou todas as chances oferecidas, provocando por si mesmo a sua demissão.
No seio familiar, a situação não é diferente. Na mesma proporção em que os amigos do bar ganham espaço em sua vida, seus familiares vão perdendo importância, causando distanciamento, até que vê suas relações paternais e como chefe da família fragilizadas e desmoralizadas. Ao forçar a sua própria demissão na empresa e após consumir no bar todas as suas economias, vê-se obrigado a vender o carro, trocar as crianças de colégio, que aliás, passaram a ter vergonha de seu próprio pai.
O personagem (pai/Afonso), agora sem nenhuma função, vive todos os seus dias no bar, fato este, que também o leva a abandonar a sua família. Após esta separação, obviamente, esgotadas todas as possibilidades de recuperação, Afonso sai pelo mundo vivendo e experimentando todos os tipos de experiências com outras pessoas que também se encontram como ele, aparentemente, sem recuperação.
Alguns anos se passam e Afonso, que nunca esquecera de sua família, tem, subitamente, um desejo enorme de reencontrá-la. Parte, então, cansado e agora doente para um reencontro com o que deixou para trás. Nesta viagem de regresso, e talvez , como último desabafo, vai refletindo e desfilando cada uma de suas perdas, desde o primeiro gole que o jogou ao chão até sua total decadência, como se os ouvintes pudessem parar, refletir e valorizar as oportunidades que a vida lhe oferece. Quando, finalmente chega em casa, um final inesperado acontece.
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